DIAS E NOITES (2013)




Em narrativas breves, o drama dirigido por Mário Bortolotto trata da banalidade aparente do cotidiano. Entre as cinco histórias escritas por Lucas Mayor, uma filha apresenta o diagnóstico médico do pai e um golpista e sua namorada planejam enganar os jurados de um concurso de sósias. 

Estreou em 20/8/2013.

texto Lucas Mayor
direção, iluminação e sonoplastia Mário Bortolotto
elenco Antoniela Canto, Francisco Eldo Mendes, Gabriela Fortanell, Helena Cerello, León Contrera, Mauricio Bittencourt.
assistência de direção Guilherme Junqueira e Lucas Mayor.operação técnica Walter Figueiredo



A PIOR DAS INTENÇÕES (2013)


A peça traz uma escritora que se isola em uma pequena cidade do interior para concluir o seu tão esperado romance. No entanto, ela não contava com a companhia de sua amiga, que decide ir junto, atrapalhando seus planos.

“A pior das intenções é minha segunda incursão no método de trabalhar com elenco no sistema rodízio. A primeira foi em Borrasca, quando trabalhei com atores do sexo masculino”, explica Bortolotto.

texto, direção, sonoplastia e iluminação Mário Bortolotto assistente de direção Guiherme Junqueira
atrizes Patrícia Vilela, Helena Cerello, Jerusa Franco, Aline Abovsky, Liz Reis e Renata Airoldi.
operação técnica Walter Figueiredo
indicação etária 14 anos
assessoria de imprensa Liz Reis



NOSSA VIDA NÃO VALE UM CHEVROLET (2012)


texto, direção, sonoplastia e iluminação Mário Bortolotto
elenco Fernanda D´Umbra, Helena Cerello, Laerte Mello, Mário Bortolotto, Gabriel Pinheiro, Paulo Jordão (Deus), Thiago Pinheiro e Francisco Eldo Mendes
operação técnica Marcelo Montenegro
produção Dani Angelotti



MÚSICA PARA NINAR DINOSSAUROS (2010)


texto e direção Mario Bortolotto
produção Daniela Dezan e Helena Cerello.

elenco Mario Bortolotto, Lourenço Mutarelli, Paulo de Tharso, Carcarah, Carolina Manica, Daniela Dezan, Eldo Mendes, Fernanda Sanches, Helena Cerello, Marcelo Selingardi, Paula Flaibann e Wanessa Rudmer.



20/03/2010 - crítica blog CACILDA!

É um alívio ver que Mario Bortolotto escreveu uma comédia _e musical, ao menos parcialmente_ depois do que passou.

Uma comédia politicamente incorreta, misógina, como ele mesmo proclama no correr do texto; mas também de personagens ingênuos, adolescentes anacrônicos, antes filhos do que opressores das prostitutas que compõem metade dos 12 personagens, nesta produção de médio para grande porte.

Por qualquer razão, que não consigo identificar, são as mulheres da plateia que riem mais, bem mais. Talvez porque os papeis masculinos se exponham quase como crianças. Ou talvez, fantasiei a certa altura, porque o autor e ator, no episódio célebre, enfrentou assaltantes que agrediam duas mulheres.

(Outra imagem, que cerca hoje a figura de Bortolotto, no que também é abordado subliminarmente na peça, é que os tiros que levou, os dias sob risco de morte e por fim a cobertura espetacular elevaram o dramaturgo ao panteão da celebridade de mídia, embaralhando a relação usual da plateia com o palco, para o bem e para o mal, em ondas.)

A peça é engenhosa, a mais bem construída das que vi dele, e prostituição e misoginia claramente não são seus temas centrais, mas atalhos. Envelhecer, os amigos, amor e sexo: são estes os eixos. Por toda parte, as "one-liners" servem de porta de entrada para devaneios nada cômicos, num ruído constante de tristeza.

À primeira vista, o texto parece remeter à farsesca "E aí, Comeu?", de Marcelo Paiva, mas logo se percebe que não é o caminho do dramaturgo. É uma comédia amarga.
Não falta sequer uma tentativa de suicídio, de uma das prostitutas, lá pelo meio. E a "bagagem" revelada pouco a pouco, por todos, homens e mulheres, remete ao vazio, mais do que à saudade.

Talvez a frase de maior eco seja aquela de que, afinal, "não tem importância". Sonhos, ambição, a própria vida, nada tem.

Em tempo, "Música para Ninar Dinossauros" é dividida em dois planos, o presente quarentão e o passado pós-adolescente de três amigos. Em ambas as cenas, que se entrecuzam seguidamente sem interagir, eles estão com mulheres, prostitutas às quais se apegam quase como outros amigos, com quem falam sem precisar conter gestos e palavras.

A qualidade da interpretação surpreende, em muitas das atrizes e principalmente nos dois amigos não originalmente atores do próprio dramaturgo, Lourenço Mutarelli e Carlos Carcarah.

Como em quase tudo, é possível identificar lembranças de amigos reais em seus personagens, amontoando piadas e abuso verbal com fidelidade e proteção comum.

Vi no segundo dia, depois de uma estreia com muito atraso no festival de Curitiba, com problemas de iluminação e de ritmo, pelo que me contaram, e não vislumbrei maiores percalços.

É, muito provavelmente, o espetáculo de maior apelo de público que Bortolotto já escreveu, encenou e interpretou -e não só por ter se tornado celebridade. Mas sua voz singular, sua auteridade, como descreveu o diretor Roberto Alvim há pouco, num debate de ambos aqui, está lá. Não se perdeu.

Nelson de Sá