TRAGO COMIGO (2013)

de Tata Amaral


elenco Carlos Alberto Riccelli, Felipe Rocha, Georgina Castro, Emilio Di Biasi, Selma Egrei, Maria Helena Chira, Gustavo Brandão, Paula Pretta, Julio Machado e Pedro Lemos.
direção Tata Amaral
roteiro Thiago Dottori e Willem Dias.
escrito por Matias Mariani, Thiago Dottori e Tata Amaral.
gênero Drama
distribuição Pandora
duração 90 min.
lançamento 16 de junho de 2016

TANGERINA website

melhor filme Festival Internacional de Cine y Derechos Humanos de Sucre, Bolívia, 2015.

melhor filme pelo Júri Popular no 10º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, 2015.

festivais
* Guadalajara Construye 8 – Festival Internacional de Cine en Guadalajara 2014
* Exibição no The Business Street – Festival Internacional de Cinema de Roma 2014
* Exibição no Festival Del Nuevo Cine Latino-Americano de Havana 2014
* Prêmio do Júri Popular – Festival Internacional de Cinema Latino-Americano de São Paulo 2015

Trago Comigo 

dirigido por Tata Amaral  (mesma diretora de Um Céu de Estrelas, 1996) seu mais novo longa em 30 anos de carreira. Tata é conhecida pelo seu engajamento na luta pelos direitos humanos, considerada uma das maiores diretoras do cinema nacional, desde sua estréia na década de 1990. Em seu mais novo trabalho narra a trajetória de Telmo (vivido por Carlos Alberto Riccelli), um diretor de teatro, ex-preso e ex-exilado político durante a ditadura militar. Ele busca reconstruir seu passado através de uma peça de teatro. Contando apenas com memórias muito remotas daquele período de perseguição, busca lembrar exatamente tudo o que aconteceu com sua companheira Lia, morta pelos militares.

Destaque para a elogiada atuação do ator Carlos Alberto Riccelli. Telmo ao adaptar a própria história, lida com lembranças reprimidas. Travando, simultaneamente, diálogos com jovens atores que expõem suas contradições sobre aqueles fatos.

Esta é a segunda produção da diretora tratando do tema. Em 2011, no seu filme Hoje, contou a história de Vera (Denise Fraga), esposa de um desaparecido político pelo regime militar.





A cineasta insere pessoas reais, que dão depoimentos sobre o que sofreram nos porões da ditadura. O filme propõe lembrar como o esquecimento de nossa história pode fazer com que ela se repita. Que o digam os graves momentos da política que ora vivenciamos no Brasil.

A cineasta, alerta: “Temos torturadores sendo homenageados, não podemos aceitar isso. Não conhecemos nossa história direito”. Outra questão levantada pela autora: “Qual a visão da juventude de hoje sobre o movimento armado durante os anos de autoritarismo, truculência e ausência de liberdade, imposta pelos militares?”.

Trago Comigo ganhou o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular no 10º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo e Melhor Filme no Festival Internacional de Cine y Derechos Humanos de Sucre, na Bolívia.

“Estou muito feliz com esse momento”, conclui a diretora Tata Amaral. Em uma época, como a de agora, a diretora busca uma forma eficaz de se refletir o Brasil.


curiosidades

* Trago Comigo é uma adaptação da minissérie exibida na TV Cultura e SescTV, em 2009; ano em que Tata foi diretora-geral do programa.

* O filmeTrago Comigo foi aplaudido de pé pela platéia quando da estréia em Brasília. “Estou muito feliz”, comemora a cineasta, Tata Amaral.

* O Brasil foi o primeiro país latino-americano a instaurar uma ditadura militar e o último a criar uma Comissão da Verdade, em 2011.

* Tata Amaral lançou no Facebook a campanha #TragoComigoUmaLembrança para difundir junto com o filme uma série de vídeos com relatos sobre a tortura no Brasil.

* Combinou cenas ficcionais com relatos reais de militantes torturados para que fosse capaz de, além de rememorar, chamar as novas gerações para conhecer o que ocorreu nos anos conhecidos como “anos de chumbo”.

* Um desses depoimentos foi dado por Amélia de Almeida Teles, militante. Torturada nos porões do DOI-Codi pelo comandante Brilhante Ustra (homenageado na Câmara dos Deputados por Jair Bolsonaro, em 17 de abril de 2016). “Quem pede a volta da ditadura faz isso por ignorância política”, nos alerta Amélia Teles. Ela integra a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e é assessora da Comissão Municipal da Memória da Verdade da Prefeitura de São Paulo.